Localizada ao sul da Chapada Diamantina, Rio de Contas é reconhecida por um patrimônio histórico singular, que inclui praças, ruas e construções datadas sobretudo da segunda metade do século XVIII e início do XIX. Tombado pelo Iphan em 1980, o conjunto arquitetônico preserva casas em adobe, monumentos religiosos e públicos em pedra, além de igrejas barrocas e edifícios civis que compõem um tecido urbano homogêneo e de traçado regular.

A cultura local se expressa também por meio de saberes artesanais preservados na região. As fachadas tradicionalmente brancas com esquadrias azuis, bem como a própria técnica construtiva em adobe, revelam modos de fazer transmitidos por gerações, vinculados ao uso de materiais locais e ao conhecimento acumulado durante o ciclo do ouro. O artesanato associado ao barro e à pedra dialoga com o ambiente físico da cidade, marcada pela presença de aquedutos, túneis, represas e outras estruturas erguidas no período da mineração.

A produção artesanal e os modos de construir integram a vida cotidiana e colaboram para a manutenção da identidade cultural de Rio de Contas. O trabalho com a terra, a pedra e a madeira, presente tanto na arquitetura quanto nos objetos utilitários e decorativos, evidencia uma continuidade entre passado e presente, reforçada por práticas locais de conservação e pelo cuidado com o casario, igrejas e espaços públicos. Esses elementos, combinados à história da cidade como importante centro minerador, constituem um repertório cultural que sustenta seu valor patrimonial e sua singularidade na Chapada Diamantina.