Poeta de cordel, músico e conhecedor da medicina popular, o pernambucano Jota Rodrigues (1934-2018) viveu uma trajetória repleta de desafios. Autodidata no aprendizado das letras, escreveu mais de 500 títulos da literatura de cordel, que imprimiu em um prelo manual, envolvendo, no trabalhoso processo, a esposa e os filhos. Rechaçado dos espaços de produção e circulação da literatura de cordel, como editoras e feiras, foi reconhecido por pesquisadores e professores de instituições culturais, escolas e universidades. Entre o Rio de Janeiro e São Paulo, viveu de realizar palestras e exposições, entre elas a primeira Sala do Artista Popular (SAP), do então Instituto Nacional de Folclore, em 1983. Fundou um centro cultural em sua casa, em Comendador Soares, Nova Iguaçu (RJ), para acolher novos artistas, passando a receber também turmas escolares, pesquisadores e visitantes. Sua filha, Maria Aparecida de Oliveira, dirige o espaço e realiza exposições itinerantes, difundindo o acervo e a obra do poeta, além de continuar a vender seus folhetos de cordel.